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Como escolher uma bike em 2020

Estamos vivendo o BOOM das bikes: muita gente está começando a pedalar, seja para fugir do corona ou para deixar o sedentarismo de lado. Então, surge a dúvida: como escolher uma bike?

O primeiro passo é dar uma olhada no seu orçamento. Considere quanto quer gastar, pois bikes possuem um gama de opções bem ampla e para todos os bolsos; considere que também vai comprar pelo menos um capacete; luvas e óculos; e os itens de iluminação também são recomendados.

Ao pesquisar bicicletas no Google, você encontrará muitos modelos, tipos, preços e cores; aconselho que foque nas bicicletas de entrada – elas custam de R$ 1 mil a R$ 3 mil, dependendo da marca e das configurações de peças.

Tipos e marcas

Existem bikes para todos os tipos de pedal: urbano, estrada, terra, triathlon, saltos, manobras… mas focaremos no modelo mais vendido no Brasil, as mountain bikes.

Marcas nacionais recomendadas: Caloi, Sense, Oggi, Audax, Endorphine/BTwin, TSW, Soul e Groove.

Marcas importadas recomendadas: GT, Specialized, Fuji, Scott, Trek e Cannondale.

Estas marcas são recomendadas por alguns motivos, tais como rede de assistência autorizada, garantia (algumas com garantia vitalícia do quadro), peso adequado, bom conjunto de peças, boa geometria (desenho do quadro que proporciona conforto e transmissão de potência da pedalada para as rodas), durabilidade, entre outras vantagens de se ter um produto “de marca”.

O quadro

O quadro/frame é a peça mais importante da bicicleta, pois serve de base para todo o conjunto de peças. Ele também dita qual a marca da bike, pois, como veremos, o restante das peças geralmente é de outra marca, como a Shimano ou Sram, por exemplo, além de seu formato ser o principal item de ergonomia e conforto na pedalada.

Os quadros possuem vários tamanhos e variam de acordo com sua altura e outras medidas do seu corpo, e também possuem modelos masculinos e femininos.

Estes são valores aproximados, vá até a loja e peça para fazer um test drive.

Os quadros podem variar entre três materiais: aço, alumínio e carbono. O valor também sobe nessa ordem. Muitas vezes, é possível encontrar boas bikes usadas de carbono pelo preço de uma nova de alumínio. Mas, como o material é mais sensível a torções e quedas, é recomendado procurar um especialista para analisar a bike.

Sistema de marchas: Shimano ou SRAM?

Antigamente, tínhamos o conceito de que “só Shimano é bom” e “quanto mais marchas, melhor”. Hoje, a realidade é outra. Temos duas empresas principais competindo pelo mercado: a japonesa Shimano e a americana SRAM e, em vez de encontrar somente bicicletas com 27 marchas, é comum encontrarmos com apenas 12.

A diferença básica de uma bike com 12 velocidades é a aplicação, já que é mais indicada para o mountain bike, enquanto uma bike de 27 velocidades é melhor adaptada ao uso urbano ou de lazer, pois a diferença entre a marcha mais pesada (coroa grande e cassete pequeno) para a mais leve (coroa pequena e cassete grande) é bem maior que as marchas da 12v, que possuem coroa de tamanho único.

No entanto, muitas pessoas ainda optam pelos conjuntos de 12 velocidades pela simplicidade e baixa manutenção.

Peças comuns em bikes de entrada:
Shimano: Altus, Alívio e SLX.
SRAM
: SX Eagle, GX Eagle e NX Eagle.

Suspensão dianteira

Se optar por uma bike com suspensão, você provavelmente terá de escolher entre Proshock, SR Suntour, Fox, Rock Shox ou suspensões da mesma marca do quadro, como a Caloi (que na realidade é da marca Zoom).

Importante: não recomendamos bikes de entrada com suspensão traseira.

Freios

How to look after disc brakes and get the best performance out of ...

Hoje, o mais comum é encontrar bicicletas equipadas com freios a disco, sendo eles de dois tipos: mecânicos e os hidráulicos.

Os freios mecânicos são acionados por um cabo de aço, que aciona um pistão, que, por sua vez, aproxima as pastilhas que entram em atrito com um disco de metal acoplado ao cubo. Este modelo é o menos preciso dos dois e requer um pouco mais de atenção na hora da frenagem.

Já os freios hidráulicos usam um sistema de mangueiras com óleo. Ao acionar os freios, este óleo aciona pistões, que empurram as pastilhas, que entram em atrito com o disco. A diferença é que neste modelo toda a força gerada ao apertar os manetes de freio é transmitida sem perdas para as pastilhas, enquanto no modelo mecânico podem existir pequenos problemas no caminho que o cabo percorre, ocasionando um menor controle na força aplicada.

E agora, José?

Então você foi lá, pesquisou online, passou por todas as bicicletarias da região, ouviu falar de muitas outras marcas (GTS, GTX, Totem, Colli, PNY, Micalatéia…) e decidiu que “vai pegar qualquer uma mesmo pra começar”. E, quanto a isso, eu digo: vai lá!

O importante de qualquer esporte é começar, não importa se com uma Barraforte, ou com uma Cannondale Lefty XCY PQP UltraXYZ da Nasa. Depois que você pegar gosto pela coisa, vai querer continuar, crescer, investir e ficar monstrão, e neste processo vai conhecer mais gente que goste de sair sem rumo e que te ensinará muita coisa. Você pode até mudar de ideia e ver que uma bike de speed/road é mais legal (você estará errado, mas ok).

Mas tenho uma dica final, caso queira fazer isso: tente pelo menos achar um bom quadro, pois assim você poderá trocar as outras peças sempre que tiver uma graninha a mais e continuar pedalando por um bom tempo.

É claro que este post não pretende ser um guia definitivo sobre como escolher uma bicicleta, mas ele com certeza já te deu uma boa base, certo? Nas próximas postagens, abordaremos novamente o assunto, com mais detalhes, falaremos sobre acessórios e equipamentos e diversas outras coisas relacionadas a este mundo da bike. Tem alguma dúvida, ou quer sugerir uma pauta? Manda pra nós: contato@bicicletismo.com.br.

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

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