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Hora da troca? Shimano ou SRAM

Você acumula alguns milhares de quilômetros de pedal e começa a sentir um certo desgaste nas peças, na hora de pesquisar os substitutos se depara com duas marcas: a japonesa e tradicional Shimano e a “novata” americana SRAM.

A Shimano foi fundada no Japão em 1921 mas só iniciou a produção de componentes para bikes em 1956, se tornando o líder do mercado em meados de 1980, posição essa que continua ainda hoje.

Trasmissão Shimano Alivio de 27 marchas (3×9)

A SRAM por outro lado é bem mais nova, iniciando suas atividades em 1987, mas já em 1990 caiu no gosto da galera, hoje é uma marca muito conhecida e respeitada, especialmente pela galera do mountain bike.

Transmissão SRAM NX Eagle de 12 marchas (1×12)

As duas empresas hoje competem de igual para igual e dividem também o coração dos ciclistas pelo mundo, SRAM inclusive adquiriu a respeitadíssima fábrica de suspensões Rock Shox, o que a levou ainda mais perto da galera que anda pelas trilhas.

As diferenças entre as marcas é notável, a japonesa oferece uma linha muito completa e extensa, englobando desde os usos mais cotidianos até as bikes de alta performance, a SRAM, por outro lado, foca mais nos equipamentos de alto desempenho, embora tenha linhas “mais baratas” estas são mais difíceis de ser encontradas por aqui.

Basicamente, a linha de mountain bike das duas marcas fica assim (tabelas extraídas do Aventrilha):

A Shimano ainda tem linhas mais baratas como a SIS

Uma das principais características da SRAM é sua linha com apenas uma coroa, dispensando o câmbio dianteiro, esse sistema além de simplificar a bike e exigir menos manutenção, também acaba com um problema que gera muito desgaste, o cruzamento de corrente.

Apesar de não ter um grande alcance e variedade de marchas, é muitíssimo utilizado por mountain bikers, pois facilita as trocas e estas são bem rápidas e precisas, claro que pode variar de acordo com o estilo de cada um, mas os resultados são geralmente muito bons.

Recentemente troquei meu grupo de transmissão de fábrica da GT Avalanche Sport (Shimano Altus e Alivio) por uma NX Eagle da SRAM, tenho gostado, mas a adaptação está complicada nas descidas, planos e falsos planos (aquele trajeto que parece plano, mas é uma leve descida), sinto que falta marcha.

Quanto ao custo, bem, dependendo da linha que quiser encarar, este custo fica bem salgado para as duas marcas, mas a Shimano tende a ter um valor mais baixo e permite muita compatibilidade entre as linhas, enquanto a SRAM é um pouco mais complexa e mais cara.

Finalizando posso dizer que, se você usa a bike exclusivamente ou em maior parte do tempo em asfalto, não creio que a troca seja muito vantajosa, claro que você pode colocar uma coroa maior no grupo SRAM, mas isso faz com que quando for usar no mato pode ficar pesado demais.

Já se você está focado no mountain bike, talvez valha a pena experimentar uma versão de entrada da SRAM e sentir a diferença.

Pontos pessoais que encontrei na troca para SRAM:
Prós:
– Mais leve (quase 1kg);
– Menos complexidade de trocas (apenas 1 câmbio);
– Trocas um pouco mais precisas (mas nada incrivelmente diferente).
Contras:
– Preço (apesar de ter feito um negócio com um amigo),
– Reposição pode ser complexa (poucos fornecedores);
– Desempenho menor em asfalto.

Agradecimentos ao Armazém da Bike por dar vários esclarecimentos a respeito dos grupos da SRAM.

Essas foram as impressões que eu tive, mas o que você acha das marcas?

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

One thought on “Hora da troca? Shimano ou SRAM

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