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Do transbike de teto para o de engate: a saga

Depois de um ano e meio utilizando o transbike de teto, resolvemos mudar. Não que ele seja ruim – é maravilhoso -, mas, alguns problemas logísticos estavam nos atrapalhando, especificamente a minha esposa, que, por ter estatura mais baixa, tinha dificuldades em colocar a bike lá em cima.

Um dos problemas mais comuns era na hora de tirar as bikes de cima em dias de chuva, uma vez que não era possível entrar na garagem de casa com o carro sem enroscar as magrelas no portão do prédio.

Depois de muita procura, encontrei um modelo que eu queria: resistente, travas com chave, regulagem para diferentes modelos de bike, espaço para 3 bikes, de fácil instalação e que “tombe”, dando aceso ao porta malas (um problema bem comum naquele modelo mais simples, preso por fitas).

Mas, first things first: primeiro vamos conversar sobre o trâmite de instalação do acessório, que quase me fez desistir de tudo (afinal, Brasil começa com B de Burocracia), mas talvez facilite a sua vida.

Primeiro passo: o transbike

Eu aconselho a começar pelo transbike ideal para o seu uso, pois o restante é adaptável. Procure comprar de uma marca com reputação, uma vez que será muito ruim para o seu bolso e sua segurança caso as bikes despenquem e causem um acidente.

Se você achar que é caro demais ou não encontra uma boa marca, avalie bem o material e a montagem do transbike. Leia com atenção as especificações do fabricante, especialmente o tipo de bola do engate – existem diâmetros diferentes – e, claro, exija garantia.

Segundo passo: o engate

Na hora de comprar um engate, novamente, opte por uma marca boa e tradicional. Pergunte ao vendedor sobre a capacidade do equipamento. Ele não pode ser somente “de enfeite”, pois, depois de montado, precisa aguentar não só as bikes e o transbike, como também as forças que vêm do sobe-e-desce quando passar em buracos, lombadas e coisas do gênero.

Mas por que eu não coloco o engate e depois vou lá comprar o transbike e já trago montado?

Dois motivos: legislação e problemas de compatibilidade.

Como optei por um modelo importado, acabei tendo dois problemas de compatibilidade: a tomada do transbike era de 13 pinos, e a bola do engate precisava ter um “pescoço”, caso contrário não daria altura para a alavanca de trava.

Os dois problemas foram resolvidos de forma bem simples. A loja que me vendeu o engate ficou com a bola que não servia e apenas paguei a diferença para a nova. Quanto à tomada: fui a uma autoelétrica e eles trocaram a de 13 pinos para a de 7 pinos. Ia comprar um adaptador no Mercado Livre, mas eles custavam R$ 200, enquanto a tomada trocada custava R$ 60.

Terceiro passo: a placa

A legislação brasileira diz que se você colocar um transbike na traseira do carro, ele não deve obstruir a placa ou as lanternas. Caso o faça, você precisa instalar também uma barra com luzes e a terceira placa. As luzes já vinham com o transbike, mas a placa… aí que as coisas complicam um pouco mais.

Nosso carro ainda possuía a placa antiga, aquela normal (três letras e quatro números), que era a usada antes da adoção da Placa Padrão Mercosul, e nenhuma fábrica produz a antiga no estado do Paraná, então, teria que trocar todas as placas do carro.

Agendei então um horário no Detran, compareci com os documentos pessoais e do carro (recibo incluído, não esqueça), fiz a vistoria, solicitei a mudança e paguei R$ 200 de taxa. Depois de 6 dias, voltei ao Detran (o prazo máximo é de 10 dias úteis), e lá estavam os novos documentos.

Dica: se for trocar para a Placa Mercosul, já estacione o carro dentro do Detran para a vistoria

Com os documentos em mãos, fui até uma fábrica de placas e solicitei as novas. Depois de 30 minutos e com o custo de R$ 250 saí com as três placas devidamente instaladas.

Caso seu carro já tenha as placas no modelo novo, esta parte já está resolvida. Pule a parte do Detran e vá até uma fábrica de placas e solicite as novas – isso mesmo, ali na hora. O processo leva uns 30 minutos. Só não esqueça de levar o transbike, pois, mesmo que as placas não tenham lacre, a empresa lhe ajuda a colocar da melhor forma para que não caiam no caminho.

E você, usa algum modelo de transbike? Conta pra gente.

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

23 thoughts on “Do transbike de teto para o de engate: a saga

  • Ronaldo

    Não precisa lacrar essa terceira placa?

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    • Fernando Correia

      Olá Ronaldo, na nova regra do Mercosul não precisa lacrar

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      • Glaucia

        Excelente explicação. Eu estou querendo comprar um, mas estava na dúvida quanto ao suporte de teto. Porém, além de achar q não conseguirei suportar o peso da bike p colocar no teto, vi q tem a questão da altura quanto a entrar em garagens de prédios. Vi o transviem de engate hoje e pensei que se tivesse q lacrar estaria ferrada com o valor rs.
        Se eu ainda tenho as placas antigas e em minha cidade ainda fazem as antigas, a 3 placa a emitir pode ser da antiga ou precisa vir na versão nova do Mercosul? Além disso, se for a antiga, não preciso lacrar tbm né?

        Valeuuu

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        • Fernando Correia

          Olá Glaucia o/
          Todos os tipos de transbike tem vantagens e desvantagens, o de teto é um dos melhores e mais compatíveis, no entanto colocar a bike lá em cima é meio chato mesmo (tive um desses por dois anos).
          Agora quanto ao emplacamento: sim, você precisa fazer a placa do Mercosul. Para isso precisa ir ao Detran e solicitar a alteração no documento e depois ir até uma loja de placas, lá eles dirão se o lacre é necessário ou não.
          Se caso alguma fábrica de placas da sua cidade ainda forneça a placa antiga, você pode utilizá-la, mas nesse caso é melhor se informar antes e evitar dores de cabeça.

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  • Silene Silva Alvares

    Temos um em cima da caçamba, mas o próximo será de engate para o carro menor. Não confio na minha habilidade para dirigir com altura extra.

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    • Fernando Correia

      Oi Silene, o que fizemos para sempre lembrar que tínhamos bike no teto era deixar uma fita longa e de cor forte no retrovisor interno, mas quase esqueci delas mesmo assim, melhor o de engate nesse caso hehehe

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  • Gerson

    Qual o marca do transbike que escolheu e a marca do engate

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    • Fernando Correia

      Beleza Gerson, estamos testando os produtos ainda, mas assim que tivermos um veredito sobre elas nós postamos aqui

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  • Mario Sergio De Marchi

    O engate tem que ser muito forte porque tem o momento angular já que as bikes ficam afastadas da “bola” do engate. Qual a capacidade do seu engate? Ele balança muito quando passa em lombadas? Bate no chão quando passa em valetas? Qual a capacidade de peso do transbike?

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    • Fernando Correia

      Beleza Mario? Vamos por partes hehehe
      – Sim o movimento angular é um problema, mas caso eu note avarias na estrutura irei utilizar uma fita catraca e prender no hack do teto até conseguir manutenção adequada.
      – Capacidade pra 60kg (3 bikes de 20kg cada).
      – Ele balança um pouco sim, mas tudo dentro do normal, pois se fosse muito rígido acabaria quebrando.
      – Não terminei os testes ainda, mas por enquanto sem problemas em lombadas e afins, apenas em rampas muito íngremes.

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  • Tarcísio

    Qual a marca desse transbike de teto

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    • Fernando Correia

      Fala Tarcísio, beleza? Eu sinceramente não lembro a marca do transbike, mas as barras do rack são da Projecar

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      • Isabela

        Olá. Ja testaram bem o uso do transbike novo? Queria saber a marca e modelo se passou no teste! To na saga de achar um pro meu fiestinha e gostei da ideia de acesso ao porta-malas.

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        • Fernando Correia

          Olá Isabela, já rodamos mais de 1800km com ele, em breve falaremos tudo a respeito o/

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        • Lucas Ribeiro

          Prezado, muito interessante e informativo o seu post. Resido em São Paulo e acho que vale o comentário que como nosso país apresenta regras federativas há uma autonomia dos estados em criar burocracias individuais. Aqui em São Paulo antes de ir direto a uma emplacadora é necessário um Laudo emitido por uma Vistoriadora Credenciada e uma solicitação junto ao detran da 3ª placa, algo semelhante ao que se fazia com a placa antiga. Deixo aqui o passo a passo para auxiliar os demais paulistas que queiram adquirir um transbike de engate:

          É preciso fazer o seguinte procedimento
          – Laudo ECV em uma empresa credenciada pelo DetranSP. (Ir para a vistoria com o Transbike na mala e montar lá na hora)

          – Dar entrada no Poupatempo com esse laudo e pegar uma autorização para a emissão de segunda via —- É gerado um número

          -Procurar empresa emplacadora credenciada ao detran para impressão da placa (Lista disponível no site)

          Apesar de dar uma dor de cabeça fazer esse trâmite da placa acho mto melhor ter o teto livre para um eventual bagageiro. Fora que os transbikes mais modernos inclinam para abrir a tampa do porta malas

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          • Vivian

            Olá, Lucas. Pode me dar uma ajuda? O site do Poupatempo e do Detran me parecem confusos. Para fazer o agendamento online no Poupatempo, eu agendo como 2a placa, mesmo sem ser por furto/perda/má conservação? O pagamento deve ser feito antes ou na hora? Obrigada desde já.

  • Filipe Deporte Bittencourt

    Olá,
    Obrigado por comparilhar a tua experiência. Estou pensando em comprar um Transbike Thule XT e tem exatamente essa situação da tomada 13 pinos. Eles trocaram a tomada do transbike no teu caso? Pelo que entendi é isso né.

    Quanto às placas, já tenho as do MErcosul no meu carro, apenas preciso da terceira placa então acho que seja menos problemático que pra ti.

    Qual das 3 bolotas da foto que precisa?

    Abraço,
    Filipe

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    • Fernando Correia

      Olá Filipe.
      Desculpa pela demora na resposta.
      Sim, levei a uma auto elétrica para trocar a tomada do transbike, achei melhor manter a tomada do carro no padrão nacional.
      Isso mesmo, se já tem a placa do Mercosul é só chegar em uma loja de placas com o transbike que fazem e instalam na hora.
      A bolota depende do seu transbike, pelo que vi no site da existem vários modelos de XT, precisa dar uma olhada no manual para saber o tipo de bola que ele usa, bem como as dimensões da haste.
      Abraços.

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  • Rodrigo

    ótimas explicações e vídeo. Não conhecia o site, show! Infelizmente a burocracia deste país complica até mesmo a instalação de um simples transbike. É difícil andar na linha! Vendo o vídeo, pode ser impressão, mas me pareceu que o tamanho das bikes excede a largura do carro. Se for isso, apesar de todo o esforço para ter td certo, se pegar um guarda invocado é capaz de dar problema. Estou pensando em um destes e este é só mais um receio que tenho.. Boa sorte! Abs.

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    • Fernando Correia

      Opa! Seja bem-vindo Rodrigo o/
      Burocracia sempre incomoda mesmo né.
      Quanto a largura do carro, no vídeo parece mesmo, mas ficou tudo dentro dos conformes, o Fiesta é meio arredondado e dá mesmo essa impressão, mas como os retrovisores também contam na largura, sobra um bom pedaço ainda

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      • Rodrigo

        Show! O meu é o sedan. Essa semana decido se vou num desse ou em um de teto para uma viagem mês que vem. Obrigado!

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