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A Lei de Murphy aplicada ao ciclismo

Portão do Parque Nacional do Iguaçu (a partir de onde está sendo construída uma Ciclovia, de aproximadamente 200 km, até Cascavel (PR).

Se você não é ciclista, mas tem amigos ciclistas, com certeza você vê as fotos deles e pensa “nossa, que legal, deve ser mó daóra esse rolê“. Sim, isso é o que os ciclistas querem que você pense. #égolpe

Essas fotos bonitas aí, ó…

Mas a verdade, meus caros leitores, é que nem tudo são flores nos caminhos do ciclista. Existe uma máxima da Lei de Murphy que diz que se algo pode dar errado, dará. E dará errado de formas que você nem imaginava. E é claro que essa lei se aplica ao ciclismo, afinal, quais são as chances de você querer percorrer 50 km com o mínimo de peso possível, num veículo em que o motor é você mesmo, e não acontecer absolutamente nada de errado, não é?

Só pra exemplificar, vou contar alguns causos do meu grupo de ciclismo. Senta que lá vem história:

No primeiro dia que resolvemos fazer um “pedal internacional” (leia-se pedalar até o Paraguai), a minha bicicleta teve o pneu furado, e uma das nossas amigas caiu e precisou ir direto pro hospital dar uns pontos no queixo.

 Lago de La República – Ciudad del Este (Paraguai). A foto foi tirada antes dos incidentes…

Em uma outra situação, uma das gurias teve uma crise de pânico no meio do rolê (pode acontecer, mas falaremos sobre como lidar nesses casos). Outra teve hipoglicemia. E eu, mais de uma vez, tive queda de pressão devido ao forte calor.

Mas o auge mesmo da zica ocorreu nesse último final de semana. Nós saímos em cinco pessoas para um passeio ciclístico em alusão ao Dia Mundial Sem Carro. O trajeto até que nem era difícil, eram 23 km por trilhas no interior da Usina de Itaipu. Mas, só três pessoas conseguiram completar o trajeto. Por quê?

Porque das cinco bicicletas, três tiveram os pneus furados. Sim, isso mesmo! Três de cinco bikes! De uma delas, deu pra arrumar. As outras duas voltaram com o reboque. Pois é. Ainda tivemos um episódio de um freio que deu xabu – mas também foi possível contornar a situação.

O primeiro pneu furado do dia… mal sabíamos o que ainda nos aguardava.

Teria sido muito pior se não tivéssemos na equipe uma pessoa mais experiente e preparada, que no caso é o Fernando, que sempre carrega consigo algumas ferramentinhas básicas:

  • Câmara extra;
  • Canivete ou multiferramenta;
  • Kit de reparo para câmara;
  • Bomba portátil;
  • Elo de correia.

Esses são alguns dos itens básicos, e ele detalha um pouco mais neste post.

Mas, a grande lição que eu queria deixar aqui é: não saia para pedalar despreparado, principalmente se você pretende fazer longas distâncias. Existe uma série de acessórios para você e para a bicicleta que podem literalmente te salvar num momento de imprevisto. Eu, particularmente, também nunca saio sozinha.

Também é fundamental, sempre, ter consigo:

  • Kit de hidratação (garrafa ou mochila de hidratação);
  • Barrinhas de cereais ou outros alimentos para repor carboidratos);
  • Celular (sei que muita gente não gosta de levar por medo de assaltos etc, mas, se algo acontecer com você, é necessário que vc possa avisar alguém);
  • Documento de identidade;
  • Algum dinheiro para qualquer imprevisto;
  • Itens de segurança mencionados aqui

Nos próximos posts, vamos detalhar mais algumas dicas de como se preparar para o pedal, o que levar e o que não levar – lembre-se de que é você que vai ter de carregar o peso extra.

Ficou com alguma dúvida? Tem alguma história de superação semelhante e quer compartilhar com a gente? Tem dicas valiosas? Comenta aí!

Mayara Godoy

Minha primeira bicicleta foi uma Caloi Ceci vermelha com cestinha, quando eu tinha 4 anos. A diferença é que sem as rodinhas eu já levei vários tombos - mas também já fui bem mais longe.

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