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Especial Ciclovias – A ciclofaixa da Avenida Araucária

A Região Norte de Foz do Iguaçu – em especial a Vila A – tem sido foco de diversas obras e melhorias, tanto por parte da Prefeitura de Foz do Iguaçu, quanto da Itaipu Binacional.

E uma das intervenções realizadas no bairro foi a recente implementação de uma ciclofaixa na Avenida Araucária, desde seu início (na esquina com a Avenida Tancredo Neves) até o semáforo do cruzamento com a Avenida Paraná.

A ciclofaixa é semelhante à da Avenida Sílvio Américo Sasdelli, tendo sido pintada no lado esquerdo da via, em ambas as mãos.

Sem mais delongas, vamos à nossa avaliação sobre a ciclofaixa.

Vantagens

A ciclofaixa está bem sinalizada e, ao contrário da da Avenida Sílvio Américo Sasdelli, possui tachões em toda a sua extensão, propiciando maior segurança e evitando a invasão dos carros.

Além disso, ela também é um pouco mais larga, então existe um espaço mais confortável e seguro para o ciclista poder fazer manobras – não estando sujeito, a todo momento, a bater no meio-fio ou invadir a pista dos carros.

A ciclofaixa possui as sinalizações horizontais adequadas, com a representação gráfica da bicicleta e setas indicando a direção correta do pedal.

Quando o Parque que está sendo construído na Vila A ficar pronto, a ciclofaixa fará a interligação com a ciclovia do parque (falaremos abaixo sobre este assunto).

Desvantagens

Apesar de ser nova e bem feita, a ciclofaixa tem o mesmo problema daquela da Avenida Sílvio Américo Sasdelli, que já comentamos aqui. Este modelo de ciclofaixa no lado esquerdo, embora não seja ilegal, não é o ideal, pois, ficando junto ao espaço de conversão dos veículos, torna-se insegura no momento em que os carros resolvem fazer o contorno à esquerda. Muitos motoristas não têm o hábito de olhar para o retrovisor esquerdo quando vão fazer um retorno, por exemplo, porque não estão habituados a ter alguém vindo de trás por este lado, e neste momento eles podem invadir a faixa e causar um acidente com uma bicicleta.

Além disso, a faixa da esquerda para os carros é a faixa mais rápida, o que significa que se o motorista acabar fazendo alguma manobra brusca e invadindo a ciclofaixa, ele estará colocando o ciclista em um risco maior.

As árvores do canteiro também são um problema pois, em alguns locais, os galhos invadem a ciclofaixa, e praticamente não sobra espaço para o ciclista sem ter que sair para a pista (e tem que tomar cuidado com os tachões, pois podem levar a uma queda). O ideal, nestes espaços, seriam árvores mais altas (e que de preferência fizessem sombra, pois sabemos bem do calor desta cidade, né?), e cujos galhos ficassem numa altura superior à das nossas cabeças (hehehe).

Interligação com o futuro parque

A ciclofaixa se interliga com o início do parque, cujas obras estão bastante avançadas, e em alguns trechos já existe a pista que será a ciclovia, bem como as calçadas para os pedestres. Futuramente, o Parque circundará toda a mata do Arroio Jupira, que vai da Avenida Paraná até a Avenida Garibaldi, e da Araucária até a BR-277. A ciclovia terá 4.800 metros de extensão, e a expectativa inicial da primeira parte das obras era de conclusão em 24 meses – ou seja, em breve deveremos ver a obra chegar aos seus finalmente.

População precisa aderir

Mas, para que essas obras tenham sentido e se mostrem cada vez mais necessárias, a população precisa ocupar – corretamente – estes espaços. Ainda hoje é muito comum ver ciclistas que, mesmo nos trechos em que há ciclovias ou ciclofaixas, optam por pedalar na via junto com os carros mesmo, sem contar aqueles que, erroneamente, continuam trafegando na contramão.

Se não utilizarmos e nos apropriarmos dos espaços públicos, não estaremos demonstrando para os governantes que existimos e que temos o direito à cidade, assim como todas as outras pessoas, em seus mais variados modais. E corremos o risco de, daqui a algum tempo, termos o processo inverso, de apagamento de ciclovias, como já está ocorrendo em alguns lugais de São Paulo, por exemplo.

O mesmo vale para os pedestres: caminhada é uma atividade que faz bem à saúde física e mental, mas precisamos que cada um entenda o seu lugar. Pedestres continuam insistindo em caminhar pelas ciclovias, e isso coloca a todos em risco. A cidade é para todos, e temos que saber conviver, respeitando normas básicas de segurança, civilidade e cidadania.

Para que tudo isso seja possível e viável, volto a insistir: o poder público precisa fazer a sua parte corretamente. Não basta sair pintando faixas vermelhas na cidade sem campanhas efetivas de conscientização e educação para o trânsito. Sem isso, os aparatos públicos acabam não sendo utilizados corretamente.

E você, já conhece as novas ciclovias e ciclofaixas da cidade? O que acha delas? Conte para nós nos comentários.

Mayara Godoy

Minha primeira bicicleta foi uma Caloi Ceci vermelha com cestinha, quando eu tinha 4 anos. A diferença é que sem as rodinhas eu já levei vários tombos - mas também já fui bem mais longe.

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