O que eu aprendi com a minha bicicleta
Ter voltado a pedalar – e principalmente ter passado a me informar muito mais sobre o assunto – me ensinou muitas coisas.
Desde que eu me tornei ciclista – após muitos anos sendo praticamente apenas motorista – eu aprendi a olhar o trânsito sob uma ótica mais humana.
De cima da minha bicicleta, eu me dei conta sobre o quão frágil é alguém que não está envolto em uma cápsula de metal. E do quanto essa relação, no trânsito, é injusta e desproporcional.
Pedalar sempre me leva a refletir sobre o uso que fazemos dos espaços urbanos, e sobre a cota de egoísmo aplicada à equação.
Andar de bicicleta me ensinou a prestar mais atenção e a resguardar ainda mais as leis de trânsito. E a respeitar mais a todos, mas, principalmente, os pedestres.
Da minha bike, eu consigo realmente ver a cidade, e não apenas passar por ela no piloto automático. E consigo sentir o prazer de respirar um ar que não é o do ar condicionado, mas o da vida “lá fora”.
E nas trilhas por aí, tentando dominar as técnicas de mountain bike, eu consigo me reconectar com a natureza – e apenas parar para apreciar.
Com a minha magrela eu aprendi que superar nossos próprios limites é extremamente prazeroso, e descobri que gosto muito de me autodesafiar.
Minha bicicleta já me levou a lugares aonde eu jamais iria de carro. Até mesmo pontos turísticos com os quais eu nem me importava se tornaram mais interessantes de bike.
De bicicleta, a gente aprende o real significado da expressão que diz que o importante não é o destino, e sim o caminho. Andar de bike é isso: apreciar cada pedaço do caminho, contemplar cada ponto da paisagem. Aprender a desfrutar não só da chegada, mas também das paradas ao longo do trajeto.
Toda vez que eu saio de bicicleta, eu tenho medo, confesso. Mas, ao mesmo tempo, o vento no rosto e a sensação de liberdade me mostram que a vida é curta demais para ficarmos trancados dentro de um carro e presos no trânsito.
E percebi que as intempéries fazem parte, e que nem sempre você estará preparado para todas elas, mas que cada dificuldade superada se converte numa nova forma de aventura e de boas histórias pra contar.
Se alguém me perguntasse qual foi a melhor coisa que eu fiz da minha vida nos últimos tempos, eu responderia sem pestanejar: voltei a andar de bicicleta!
E você? Quais foram seus aprendizados com a bicicleta? No que ela te inspira? Conte pra gente!
Minha primeira bicicleta foi uma Caloi Ceci vermelha com cestinha, quando eu tinha 4 anos. A diferença é que sem as rodinhas eu já levei vários tombos – mas também já fui bem mais longe.
A bike me transporta para lugares fantásticos, a fazer novas amizades nos encontrões de MTB. É tudo de bommmm.