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Mercado de bikes se recupera e apresenta alta de 50% em relação a 2019

A pandemia afetou todos os mercados, inclusive o ciclístico, que teve uma queda de 70% no faturamento das lojas. No entanto, um levantamento feito pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) aponta que o mês de maio deste ano teve um aumento de 50% no faturamento em relação ao mesmo período de 2019.

E qual a explicação para isso?

Simples: com os hábitos de distanciamento social as pessoas estão buscando cada vez mais um meio de transporte individual e econômico, a fim de evitar aglomerações (mas sem gastar muito). Assim, trocam um veículo movido a gasolina por um movido a arroz e feijão. Bom negócio, né?

Os modelos mais vendidos também corroboram com essa teoria, já que os mais procurados pelos consumidores foram as bikes de entrada, com valor entre R$ 800 e R$ 3 mil, indicadas para deslocamento diário e recreação. As bikes de performance e elétricas não sofreram alteração nas vendas.

“O que se pode concluir deste levantamento é que a pandemia e o processo de saída dela estão oportunizando, ao mercado de bicicletas, acesso a um público novo, que está buscando uma nova forma de se locomover. Tanto para fugir das aglomerações no transporte público quanto do alto custo e do estresse de se deslocar de carro”

Presidente da Aliança Bike.

Foram desconsiderados na pesquisa os grande magazines, que estavam fechados no período da pesquisa. Os dados, que consideram o período de 15 de abril a 15 de maio, foram levantados com 35 associados da entidade, entre lojistas, fabricantes e importadores, e o relatório pode ser acessado na íntegra aqui.

Com o objetivo de  estimular o mercado e o uso de bicicletas no Brasil – e , consequentemente, permitir que estes novos ciclistas continuem pedalando – a Aliança Bike criou um conjunto de 10 propostas executáveis. Elas abordam desde a ampliação da malha cicloviária nas cidades até a redução da carga tributária, passando pelo desenvolvimento do cicloturismo e a ampliação de direitos para quem optar pela bicicleta como meio de transporte.

Veja abaixo quais são estas 10 propostas:

  1. Ampliar rede de ciclovias, ciclofaixas, bicicletas compartilhadas e bicicletários permanentes nas cidades brasileiras, além de permitir maior acesso de bicicletas ao transporte coletivo (intermodalidade).
  2. Reduzir a carga tributária sobre as bicicletas, para que a população tenha acesso a bicicletas mais baratas e de maior qualidade.
  3. Criar uma rede extra de ciclovias e ciclofaixas temporárias nas cidades brasileiras, para auxiliar os trabalhadores de atividades essenciais durante a pandemia e no processo de saída dela.
  4. Criar uma linha de crédito atrativa, junto aos bancos públicos, para financiamento de aquisição de bicicletas e bicicletas elétricas pela população brasileira.
  5. Distribuir um voucher de R$ 100 para custear especificamente a revisão e o conserto de bicicletas usadas pela população.
  6. Alterar legislação trabalhista para obter pleno reconhecimento da bicicleta como meio de transporte por trabalhadoras e trabalhadores, incluindo a manutenção do vale-transporte pelo uso de bicicleta.
  7. Criar uma política nacional de ciclologística para estimular e dar segurança às entregas feitas em bicicletas em todo o país – desde sempre consideradas um serviço essencial.
  8. Criar políticas públicas (nacionais e regionais) para desenvolvimento do cicloturismo, como forma de aquecer o turismo no país com segurança e distribuição de renda.
  9. Ofertar mais áreas para o ciclismo esportivo e para o lazer em todo o país.
  10. Criar um programa nacional de fortalecimento da economia verde, estimulando setores produtivos que contribuem ativamente para o combate às mudanças climáticas.

Criada em 2003 e formalizada em 2009, a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas)  é uma associação que tem como missão fortalecer a economia da bicicleta e o seu uso por brasileiras e brasileiros, atuando em diversas frentes de trabalho para promover o uso de bicicletas como transporte, esporte e lazer.

E você, conhece alguém que acabou de entrar no mundo da bike? Como tem sido a adaptação?

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

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