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Bike Fit: se tá doendo, tá errado!

Ter dores durante ou depois de um exercício físico é normal, afinal, você está se esforçando. Mas existe uma diferença entre as dores do esforço (dores musculares ou “do dia seguinte”) e as dores por estar fazendo algo errado.

Se você já fez academia, sabe bem disso: o instrutor te manda corrigir a postura, realizar o movimento correto, aplicar a carga de peso de acordo com seu nível, e por aí vai… e quando você acorda no dia seguinte, sente todos os músculos que você nem sabia que tinha.

Isso também acontece com a bike. Você pode se machucar se estiver pedalando uma bicicleta desregulada ou do tamanho incorreto para você. Se no dia seguinte suas pernas doerem, seus braços ficarem mais “moles” que o normal, tudo certo. Mas, se começar a sentir dor nas costas, pescoço, pulso ou nas nádegas, algo pode estar errado.

Fomos convidados pelo Bike Fit Londrina para conhecer os métodos e experimentar o Bike Fit, que basicamente é um ajuste fino da bicicleta para que ela seja mais compatível com o seu tipo de corpo. Adriano e sua fiel escudeira, Bianca, viajam pelo Paraná fazendo sessões itinerantes e ajudando os atletas e amadores a melhorar o desempenho e proporcionar mais prazer e menos dor nas pedaladas.

Começamos o processo com a Bianca realizando uma anamnese, que é uma entrevista para identificar os nossos usos e objetivos com o esporte, além de identificar nossos relatos de desconfortos e dores. Ao mesmo tempo, fizemos algumas medições corporais para cálculos posteriores e trocamos muitos causos sobre bikes e Bike Fit.

Depois, chega a hora de mexer na magrela. O bike fitter Adriano Grandão monta a bike em um rolo e começamos a pedalar. Ele então observa e, com o apoio de um software, tira todas as medidas das angulações e posições dos membros e tronco enquanto pedalamos. Com essas medições, ele começa a regular e ajustar os pontos de contato (guidão, selim e pedais), deixando a pedalada mais confortável e com melhor aproveitamento da força aplicada.

Parece bronca, mas talvez fosse mesmo
Não é magia!

Depois da bike ajustada, saímos para dar uma volta e testar se algo ainda precisava ser corrigido, como a posição dos manetes de freio e trocadores. Algumas apertadas e reguladas aqui e ali e, pronto, parecia que estávamos em uma bicicleta completamente diferente, mais confortável e responsiva.

A equipe ainda continuará nos dando auxílio à distância, e pelas próximas três semanas nós deveremos relatar a eles todo e qualquer desconforto ou dificuldade que possa surgir. Com nossos dados em mãos, eles serão capazes de nos orientar caso mais algum ajuste seja necessário na bike.

Parece simples, mas o trabalho exige muito conhecimento, não apenas da anatomia humana, mas também do funcionamento da bicicleta (coisa que o Adriano tem de sobra: ele vive no mundo da bike há 32 anos!).

Confira nossas impressões:

Mayara

Antes do Bike Fit, eu pensava que sabia pedalar, mas agora descobri que estava pedalando tudo errado! O que eu achei muito bacana no trabalho do Adriano é que ele não apenas faz os ajustes na bike, mas também nos explica muita coisa que ninguém nunca disse antes.

Essa é a minha magrela.

Quando subimos na bike pela primeira vez, ele observa e registra todos os nossos movimentos. As primeiras coisas que ele corrigiu foram a posição do meu pé no pedal e o tênis que eu estava usando, já que o pé é o principal ponto de contato com a bike e onde aplicamos a força para movimentar a magrela. Como eu não pedalo clipada, estava pedalando com o pé numa posição totalmente incorreta e, por isso, fazendo muito mais força que o necessário. Assim, o pedal rendia muito menos e, por isso, eu me cansava muito mais rápido.

Depois, ele fez os ajustes no meu selim, a partir da medida do tamanho do osso da pelve e do comprimento das minhas pernas. Com esses ajustes, eu já senti uma diferença tremenda só ao subir na bike. A expectativa é que, agora, eu sinta menos dores nos glúteos e também não tenha nenhuma lesão após um longo período de pedal.

Por fim, foram feitos os ajustes no guidão e nos manetes. O Adriano reparou, por exemplo, que eu estava pedalando com os braços muito retesados, o que me causava dores e poderia provocar uma lesão. Além disso, minha postura estava – pasmem! – prejudicando minha respiração, o que também compromete o rendimento no pedal.

Ele fez alguns ajustes nos manetes de freios e câmbio, e agora eu também preciso me policiar para posicionar as mãos e os braços da maneira como ele me ensinou. Trata-se, também, de reaprender a pedalar.

Aliás, na minha visão, essa é a grande sacada do Bike Fit: não é só ajustar a bike, mas também tem que “ajustar” o ciclista, ou seja, corrigir nossos erros e vícios de posicionamento.

Fernando 

Eu não tinha grandes reclamações com relação a desconforto ou dores, ocasionalmente sentia dores no pescoço (dependendo da duração e dificuldade do trajeto) e às vezes alguma dor na base das costas, esse último devido a outras complicações fora da bike.

Análise da posição da pedalada com a ajuda de software

Após o ajuste senti a bike mais confortável, com respostas mais rápidas e meu pescoço ficou em uma posição mais adequada, girar o pescoço para olhar para trás ficou mais fácil e olhar em frente menos cansativo, não preciso mais forçar o pescoço para manter a cabeça levantada.

As dores nas costas foram trabalhadas na altura e posição do selim e na altura da mesa com os anéis espaçadores que já faziam parte do sistema de direção, fazendo com que eu removesse a tensão dos braços e ombros, o que refletia em um maior esforço dos músculos e tendões ao longo da coluna vertebral.

As gêmeas depois de prontas

Também conversamos com outras pessoas que fizeram o bike fit no mesmo dia que nós. Confiram os depoimentos do Nilson e da Keila:

Bike Fit com Adriano Grandão é muito mais que um mero ajuste na bike. Tive o prazer de fazer o Bike Fit e, logo nos primeiros ajustes, já senti a diferença. As dores nos punhos e joelhos que sempre senti ao iniciar uma pedalada simplesmente desapareceram. Mais algumas mexidas e a bike ficou perfeita!

Nilson Godoi

Aí você investe na bike, escolhe uma que tem resposta, porém, ela é preparada para um padrão consumidor. Mas então tem uns anjos chamado Adriano e Bianca que vem e pá! Ajustam a sua bike perfeitamente para o seu tamanho, peso, desempenho e desenvolvimento nessa modalidade esportiva!

Keila Rigo

Sobre o Bike Fit Londrina:

O Adriano “Grandão” Alves Pereira (CREF 3373/PR) é bacharel em Educação Física pela Unopar (2004); ex-atleta profissional – ciclismo de estrada (1990 – 2001); especialista em Ergonomia e Cinesiologia (2016); ex-técnico da Seleção Brasileira de Ciclismo (2008).

Lembre-se, sempre, de procurar as credenciais do profissional que irá te atender. Isso faz toda a diferença.

Interessados no Bike Fit Londrina podem consultar a página deles no Facebook: https://www.facebook.com/bikefitemlondrina

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

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