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Ciclismo urbano: um ato de coragem

Quem pedala no dia a dia, em meio ao caos do trânsito, já deve estar familiarizado com algumas situações:

  • Levar buzinada, mesmo quando está trafegando no sentido correto e na pista correta;
  • Ser xingado, ouvir gritos, gente mandando você andar na calçada (!!!), entre outros impropérios;
  • Levar fina de carros, de ônibus e até de motocicletas; entre outras.

Pois bem, dia desses, o Fernando resolveu ligar sua Go Pro no seu trajeto de casa ao trabalho, que ele está percorrendo de bicicleta diariamente, para retratar algumas das situações acima relatadas. E nem precisou pedalar muito para já ter um primeiro “flagrante”: um veículo cujo motorista propositalmente jogou para cima dele, e que poderia ter causado um acidente bem grave.

Ao expor a situação num grupo do Facebook (também conhecido como o antro das tretas), não chegou a ser uma surpresa a quantidade de absurdos comentados lá, dos quais destacamos algumas pérolas:

Banalidades…

Teve gente dizendo que reclamar disso era falta do que fazer. Pois é, acho que reclamar de quase ter sido atropelado parece algo bem banal mesmo, não é?

É fácil dizer que não foi nada, quando não foi você quem quase foi atropelado, né?

Teve outro que achou besteira a reclamação, porque o carro nem chegou a bater nele!!! Ótimo ponto de vista: morra primeiro, reclame depois.

Teve também gente dizendo que bicicletas deveriam pagar IPVA para, aí sim, poderem circular nas vias públicas. E que se não tem ciclovia, a culpa não é dos veículos! Até me compadeci dos pobres veículos oprimidos…

“Não tem como respeitar”

Também teve aquela que disse que lugar de ciclista é no canteiro. Ok, pausa pra rir um pouco.

Não é brincadeira.

Tudo isso, na verdade, seria cômico se não fosse trágico.

Somente na cidade de São Paulo, o número de ciclistas mortos em atropelamentos aumentou 69% nos seis primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Governo do Estado. E o Paraná não fica atrás. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, entre 2001 e 2017 (último ano com dados disponíveis) o Paraná é o segundo estado com mais mortes no país.

Se isso não é motivo pra gente se indignar, e reclamar, e comprar todas as brigas possíveis – tanto com o poder público quanto com os “cidadãos” que não respeitam as normas de trânsito e a vida dos outros -, então eu não sei o que é.

O fato é que falta muita prudência, falta muita educação, falta muito respeito no nosso trânsito. Todos os dias vemos motoristas se comportando como verdadeiros boçais, querendo passar por cima de tudo e de todos com seus veículos, como se o fato de estarem dentro de um caixote de metal lhes desse superpoderes e como se a vida alheia não valesse nada.

Mas é claro que não são os motoristas. Tem ciclista que faz tudo errado também, e tem até pedestre que se comporta errado. Tem de tudo nessa selva sobre rodas que é o trânsito.

Além do mais absoluto desconhecimento do Código de Trânsito Brasileiro, também falta às pessoas noção de civilidade, de gentileza, para que todos possam conviver em harmonia no trânsito.

E você, já passou por alguma situação perigosa? Conta pra gente.

Mayara Godoy

Minha primeira bicicleta foi uma Caloi Ceci vermelha com cestinha, quando eu tinha 4 anos. A diferença é que sem as rodinhas eu já levei vários tombos - mas também já fui bem mais longe.

5 comentários sobre “Ciclismo urbano: um ato de coragem

  • Sim, subindo a Av. Das Cataratas um ônibus de turismo tirou uma fina de mim da minha esposa, quase caímos, outro dia quase acertei a porta de um carro que o passageiro abriu sem olhar se vinha alguém.
    A sociedade tem muito a aprender sobre segurança, respeito e educação no trânsito.

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  • Aqui, além dos ciclistas, os pedestres também vivem tomando fina, e nesse caso é de carro que não respeita faixa (ou na rua, porque como estacionam o carro na calçada, não tem aonde a gente passar). Ciclista em Londrina é tão insignificante que fizeram ciclovia e depois transformaram em vaga de zona azul (estacionamento da prefeitura).

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  • Eu pedalo apenas 3km por dia e já é o suficiente para passar por situações de risco TODOS OS DIAS! Principalmente porque uso a ciclofaixa da Vila A, que foi feita no lado esquerdo da via. Quando o sinal abre, os carros metem o carro pra cima do ciclista. A preferência parece ser de quem anda mais rápido.

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  • Venho de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul onde quase não existe sinalização ou local próprios para o tráfego de bicicletas, mas mesmo assim os motoristas dão a preferência a locomoção de pedestre e ciclistas antes de si próprios. Andando um tempo aqui por Foz percebo diariamente como é complicado receber respeito no trânsito. O que mais me incomoda é o fato de quase a totalidade dos motoristas não adentrarem a rotária para fazer uma conversão, a insegurança ao andar mesmo em áreas devidamente sinalizadas é constante.

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    • Pois é, às vezes dá a sensação de que os motoristas não sabem o básico das regras de trânsito (e da boa convivência).

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