Nelson Neto, o cicloturista selvagem
No dia 22 de maio, junto com o lançamento do Dia do Desafio no Sesc de Foz do Iguaçu, tivemos a oportunidade de ouvir os relatos de um cicloaventureiro dos bons, o grande Nelson Neto.
Natural de São Paulo e iguaçuense de criação, reside hoje em Marechal Cândido Rondon (PR), onde também se graduou como como historiador pela Unioeste.
Nelson iniciou sua paixão por viajar de bike depois de uma decepção amorosa, pois, como diriam os otimistas, “um pé na bunda pelo menos te joga pra frente”. O rapaz então aproveitou o impulso e caiu na estrada.
O primeiro trajeto escolhido foi sair de Marechal, onde ainda estudava, em direção a Foz (175km), onde seus pais residiam, isso sem avisar praticamente ninguém, sem preparo adequado, sem ferramentas, sem muita hidratação e com uma, segundo ele, bike de ferro com peças meio desconhecidas. Para melhorar? Em pleno verão da fronteira.
Depois de sobreviver à primeira aventura, Nelson descobriu que tinha o potencial para muito mais e começou a iniciar os planos para aventuras cada vez mais longas. Desta vez, iria de Marechal a Matinhos (736km), rota que batizou de “Travessia do Paraná”, e conseguiu chegar, contrariando até mesmo os companheiros que encontraria em Curitiba.
Mas tudo isso ainda era uma preparação para a sua primeira jornada internacional, partindo de Foz do Iguaçu em direção a Antofagasta no Chile. Foram 2.420 km, 4 países e 17 dias de muito pedal.
Entre perrengues e descobertas maravilhosas, as histórias do rapaz são um prato cheio de inspiração não somente para ciclistas, mas para todos que querem se motivar a fazer algo mais da vida, mesmo que sem recursos, uma vez que algumas garrafas de água e vários pacotes de bolachas podem te levar por toda a América Latina.
Nelson relata todas as suas aventuras em seu site e também em seu livro, além de oferecer palestras -basta entrar em contato e agendar.
Deu vontade de sair pra um rolê não é mesmo? Pra onde você iria na sua primeira cicloviagem?
Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça