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O preço do transbike faz a diferença?

Um dos itens mais procurados pelos ciclistas é o transbike. Afinal, você quer levar a bike para todo lado, né? Mas, na hora de pesquisar o acessório, você se depara com centenas de marcas e modelo e de diferentes preços, e vem a dúvida: qual escolher?

A minha experiência começou com um transbike simples de teto, ele era realmente barato, custou R$ 150 e eu mesmo instalei (só levei uma tarde para isso), desde a montagem das barras até o suporte para as bikes.

De início já notei um grave problema: nem as barras nem o suporte possuía um bom manual de montagem, mas depois de apanhar um pouco e assistir a alguns vídeos, consegui colocar tudo pra funcionar.

Depois, passei a usar um transbike de engate. Infelizmente alguns problemas ocorreram e decidi voltar para o transbike de teto, mas desta vez gastaria um pouquinho mais… 10 vezes mais para ser exato, pois CADA acessório custou R$ 1.500.

Mas, existe realmente diferença entre um transbike de R$ 150 e um de R$ 1.500?

Para falar a verdade… depende.

A diferença dos materiais, durabilidade, usabilidade, segurança, design e manutenção são gritantes, mas ambos fazem o trabalho, carregam sua bike do ponto A ao ponto B sem cair, explodir ou (deus me livre) arruinar sua magrela no processo.

Mas o que um acessório melhor vai lhe dar é uma paz de espírito e tranquilidade, tanto na hora de colocar e tirar a bike como no transporte em si, já que o processo é mais tranquilo e não haverá barulhos e rangidos, por conta dos materiais utilizados e da forma de construção do equipamento.

Então vamos analisar os transbikes que eu usei:

Transbike de R$ 150

Feito de ferro (algum aço talvez), ele tem de uma calha em duas partes, unidas no meio por parafusos. O suporte que segura o quadro é composto por apenas dois tubos com borrachas para segurar a bike no lugar, o aperto é feito por uma porca com uma cobertura plástica, e como o quadro da bike da minha esposa era mais fino, tive de acrescentar algumas arruelas para compensar e conseguir aperto.

As rodas são presas por tiras de tecido com fivelas e não possuem nenhuma regulagem, então bikes mais curtas podem não servir.

A pintura é bem fraca, é possível notar onde ela descascou e até mesmo surgiram alguns pontos de ferrugem.

O transbike é fixado nas barras do carro por parafusos e porcas, no meu caso tive de serrar alguns centímetros dos parafusos para que não danificasse o teto do carro.

Todos os parafusos precisam ser checados de tempos em tempos, pois as hastes que seguram o quadro ficaram soltas com o tempo, causando ainda um ranger, que pode parecer baixo por fora do carro, mas que propaga no interior e incomoda bastante, principalmente em estradas de terra ou esburacadas.

Como o transbike não acompanha travas ou cadeados, é necessário pensar em uma solução para isso. No meu caso, usei o mesmo cadeado que prendo a bike nos paraciclos da vida, e para reforço na segurança, utilizo uma fita catraca para segurar melhor a bike, especialmente em viagens longas.

A montagem é bem complicada, é necessário equilibrar bem a bike enquanto se aperta o parafuso do quadro, o que é ainda pior se o seu carro é alto ou você tem baixa estatura.

Não era raro, mesmo em estradas bem conservadas, ouvir um NHEC NHEC dentro do carro, isso acontece pois as juntas são bem simples e costumavam ter bastante atrito.

Transbike de R$ 1.500

Optei pelo modelo Thule Proride, que já vem totalmente montado na caixa. É uma calha inteiriça em alumínio e com apenas uma haste de fixação para o quadro. No topo da haste, existe uma garra regulável que é comandada na base da haste, assim você não precisa esticar o braço para realizar o aperto. Este comando ainda possui um torquímetro, um cadeado que trava a garra e um botão de liberação da garra.

As rodas são presas em dois suportes que deslizam pela barra, podendo ser ajustados de acordo com o tamanho da sua bike.

A pintura é excelente e mesmo depois de alguns milhares de quilômetros ainda não deu sinais de desgaste.

Os parafusos que fixam o transbike nas barras são embutidos, ou seja, ficam completamente ocultos e firmemente fixados, ajudando na segurança no caso de roubo ou mesmo na segurança do transporte.

Nunca foi necessário apertar nada após a instalação. Mesmo assim, de vez em quando verifico tudo novamente, especialmente antes e depois de uma viagem mais longa.

O Thule Proride acompanha travas com chaves tanto na garra que prende o quadro, quanto na fixação das barras do teto.

Para prender a bike, basta encaixar primeiro a garra no quadro, assim a bike fica presa e você pode tranquilamente prender as rodas.

As diferenças

Eu rodei com os dois modelos de transbike por, literalmente, milhares de quilômetros e é clara a diferença dos dois produtos.

Primeiramente o processo de se colocar e remover a bike é incrivelmente mais seguro e rápido no modelo mais caro, você não fica com a sensação de que a bike pode se soltar, enquanto no modelo genérico houve vezes em que notei as tiras das rodas mais frouxas após rodar um pouco, mesmo no asfalto liso.

O barulho do genérico é algo que gera ainda mais preocupação, muitas vezes parei o carro para verificar se tudo estava correto, pois havia um ranger alto, devido ao desgaste das hastes e folga dos parafusos, que mesmo que pouco, gera sons muito desagradáveis.

O quesito segurança é de longe o mais notável, toda vez que parava em um posto no caminho das viagens checava tudo com o modelo barato, com o Thule eu simplesmente descia do carro e conferia se tinha trancado as bikes, para então tomar meu cafezinho em paz.

Veredito

Conforme a minha experiência com os dois transbikes, considero que a troca foi muito positiva, pois pensando nos prejuízos no caso de uma falha do acessório, como causar acidentes em rodovias, quebrar a bike, danificar o carro… o custo seria muito maior, inclusive podendo gerar o custo de vidas, tanto a minha quanto a de alguém que estivesse na via.

Então, sim, valeu a pena economizar uma grana e comprar os transbikes da Thule. O problema é que me sinto tão relaxado que esqueço que tenho bikes no teto, pra isso coloquei uma tira laranja no retrovisor interno para nunca esquecer delas.

E você, já usou algum destes modelos? Conte sua experiência nos comentários!

Fernando Correia

Apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, mas com uma bicicleta no pé e sem muita ideia na cabeça

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